CANTO ABERTO
AI DE MIM UM
SONHADOR UM VIOLEIRO SOLITARIO CANTADOR,
PÉ NA ESTRADA
MENTE ABERTA SONHOS NÃO TEM HORA CERTA DUVIDAS VIRA CERTEZA.
ESPERANÇA NA
MOCHILA SIGO EM FILA EM DIREÇÃO,
A SOLIDÃO FACA
AFIADA VEM CORTAR MAS NÃO CORTOU.
SONHADOR SEMPRE
SEREI MESMO SÓ EU CANTAREI
MENTE ABERTA SE
ABRIRA SONHOS FORTE SEMPRE SERÁ
A CERTEZA NÃO É
DÚVIDAS A ESPERANÇA VENCEDORA SERÁ.
AI DE MIM,AI DE
VOCE SE NÃO CRER SE NÃO CANTAR
TEMOS QUE NOS
UNIR EU SONHO E TU SONHARAS
NÃO TEME TEMOS
QUE ACREDITAR
EU CANTO ABERTO
E TU CANTARÁ EU SONHO E TU SONHARÁS.
MEU CANTO É UM
CANTO ABERTO
TENDO VOCE POR
PERTO CANTO MELHOR.
OLHOS ATENTOS
Seu corpo flertando meu corpo,
meu corpo exala, o mau te quer,
não é medo, é o gosto amargo do fácil,
onde muitos entram, eu nem quero estar.
Bombom babado, conteúdo sem sabor,
obeso ato desaba no horizonrte daltõnico,
tanto mrl doeu a barriga do conquistador,
deitado na UTI em como, chora o que fez.
Voltar não pode, o passado já era,
corre o tigre com medo da tartaruga,
ar puro rejuvenesce o sujo javali,
fera feroz brinca de ruiva cinderela.
Vento bateu e magoou a janela,
chuva caiu e matou vidas,
fogo queima o pulmão do mundo,
água lava o organismo do eu mendigo.
Gananciosa vontade viaja no trem bala,
sugadores pop nunca erram o alvo,
imbecis enchem de grana o empresário,
que ganhou e ta famoso nos jornais.
Seu corpo quer o meu,
meu corpo convida você para viver,
bem me quer você diz,
meu querer é do bem, digo para você.
UMA PROVA DE AMOR
Olha
seu moço
temos
o mesmo gosto
não
me mande ir embora
que
eu quero ficar.
Viajei
mais de mil léguas
nessa
selva de pedra
procurando
meu eu
até
me encontrar.
Te
dei os meus braços
você
quis o meu corpo
te
dei o meu suor
pra
você beber
te
dei o amor dos apaixonados
e
você progresso me crucificou.
Olha
seu moço ainda é minha hora
portanto
você vai ter que me aturar
sou
um a mais entre milhões
cantando
a vida que ainda tenho para dar.
Te
dei os meus braços
você
quis o meu corpo
te
dei o meu suor
pra
você beber
te
dou o amor dos apaixonados
e
você seu moço onde ficou?
BRILHO DE
LUA
Mistério
chegando no anoitecer,
cidade
dormindo, acordado o querer.
Brilho
de lua, claro é o dia,
verde
a esperança, cor da alegria.
Perfume
que emana, domina meu ser;
indomável
amor o bom tempo chegou;
negras
nuvens se foram, o vento as levou.
Raios
de sol, é verão, é viver,
é
sonho real, é sentir aquecer.
Um
chegar, um dançar, um olhar, um sorrir;
lua
morena, morena lua, moreno brilho de lua.
EU
SOU EU VIVO COM VOCÊ E PONTO
Ouço
os meus calejados passos,
tropeçando
nesta estrada repleta
de
espinhos, pedras e flores.
Colhi
todos os espinhos e queimei,
juntei
as pedras e construí minha morada,
as
flores guardei para perfumar minha chegada,
quantas
vezes chorei dos muitos que partiram.
Cada
um que ia parte de mim ia também,
aqui
estou, até quando não sei e to nem aí.
Corri
em busca dos meus milhões de sonhos,
hoje
ou amanhã eu sei que os sonhos vêm
certeza,
fé e esperança estão na mente e no meu coração.
Sobrevivi
às furiosas e violentas tempestades,
forte
foi a vontade de tudo e todos abandonar,
mas
sou que nem bambu, nada vai me quebrar.
Quero
te falar de amor, mas pra falar não sei,
amo
amar e sentir eu e o nós,
o
amor não ouço, não vivo a verdadeira vida sem você.
Ver
suas lágrimas, seu sorriso e pesadelos
me
faz sentir um ser humano de verdade,
porque
estou contigo e o seu eu comigo.
Vamos
viver os segundos, dias, meses e anos
desistir,
essa palavra não existe em nós,
liberdade
e o diálogo é vida e nossa felicidade.
UM CANTO DE PAZ
Seis
de agosto de 1945
Os
norte-americanos explodem
sua
bomba atômica em Hiroshima, Japão.
Três
dias depois arrasariam Nagasaki.
A
guerra nas Malvinas
quantas
lágrimas, quanta dor.
Só se
vê na televisão cenas de sexo
explícitas
e meninos com brinquedos de guerra nas mãos.
Diante
de tanto desamor um canto de paz é preciso.
Meu
coração fica em festa
se
faço seresta na chuva ou no luar,
a
solidão vai embora se pego a viola e começo a cantar.
Canto
em nome da amizade, em nome da verdade, em nome de Deus;
quero
a paz entre os homens de boa vontade, filhos desta terra;
não
quero ouvir falar em guerra
chega
de violência, eu quero viver;
quero
um amor profundo, do tamanho do mundo
envolvendo
eu e você.
Quero
amigos, quero amor, quero mais
quero
a bandeira branca da paz
quero
o verde, símbolo da esperança
protegendo
toda a humanidade.
UM A
MAIS
Senhor
Manoel vou lhe dar as minhas ferramentas,
me
jogue três pingos de água benta que é pra sorte me ajudar.
Amanhã
no romper do dia, na hora da Ave Maria, quero estar longe daqui;
meu
poderoso Jesus Cristo me perdoe, mas eu acho que a culpa foi desta minha pouca
fé;
minha
mulher nem um filho me deu e de desgosto morreu neste sertão de pedra e pó.
Eu
fiquei só, eu fiquei só.
Cheguei
em São Paulo maltrapilho, os pés inchados e o meu jeito acanhado era motivo de
riso;
sentei
na praça vendo a chuva que caía, lembrei logo de Tereza e chorei como devia;
um
flagelado a mais, sem micro solução;
no
meio do progresso morre de fome o coração.
Um
banquete de riso ouço na televisão,
uma
moeda cai sobre mim, adeus doce visão.
S.O.S
Em
nome do Pai e do Filho
um
celeiro de trigo ou uma lágrima no chão.
Morre
o canto calejado no final de um belo dia,
nasce
a fama afinada no início de uma Ave Maria.
Em
nome do verde e do vinho
uma
certeza no norte ou um espinho no coração.
Corre
o suor amarelado nos pontos cardeais dos nossos dias;
vive
a face afilada na espera de um novo guia.
Em
nome do ser e da paz
um
S.O.S. no globo ou um ponto de interrogação.
Treme
a flora amedrontada diante da massa nociva, nômade, devoradora;
geme
a fauna violentada, nos braços do dia a dia.
Em
nome do Pai e do Filho
um
celeiro de trigo ou uma lágrima no chão.
Em
nome do verde e do vinho
uma
certeza no norte ou um espinho no coração.
Em
nome do ser e da paz
um
S.O.S. no globo ou um ponto de interrogação.
Em
nome do Pai, do Ser e da Paz, S.O.S.
É ZÉ
Sou
uma fera faminta
aqui
dentro desta jaula,
minha
cabeleira rala
triturada
pelo pente,
que
vai fundo viajando
no
couro que cora a cara,
no
carro que corre o corpo,
na
fala de uma navalha.
É seu
Zé estou morando
aqui
no cafundó dos judas,
aonde
a palavra absurda
é paz
na terra, se é.
Hoje
eu nem sei se é domingo,
sábado
ou segunda-feira,
estou
deitado anotando
os
pontos de interrogação.
Tem a
faxina do seu Manoel,
o
biscate de pedreiro,
tanta
coisa para fazer
nem
dá tempo de cantar.
Mas
calado eu não fico,
abro
o bico sim senhor,
que
se dane seu governo
sou
um livre violeiro
e
canto o que eu quiser.
Vai
ter que mudar um dia,
o
mandão vai ser Maria,
a
jaula vai ser aberta
a
fera vai dar no pé.
É Zé...
ESTRELA REI
Morre
o homem gera a fama
fim
da linha, fica a cama
objeto
para outro corpo sonhar.
Sabe
lá, sabe lá
quantos
sonhos sonharás
antes
de chegar o dia,
antes
de o dia chegar.
Quantos
pensados projetos,
pais
e netos em procissão
de
mãos dadas pelas ruas
nuas
falas soltas no ar.
Pé de
serra nasce a água,
água
para a sede matar
pé de
árvore, quantos frutos,
frutos
no mundo a penar,
frutos
esparsos correndo perigo
pedindo
espaço para germinar.
Estrela
rei desperta o meu amor,
corte
a cerca de arame farpado,
quero
ver o gado acordado,
quero
ver atado os rastros,
quero
ver ampliar os pastos.
Estrela
rei, dono da noite e do dia,
anuncia
alerta geral.
Morre
o homem gera a fama
fim
da linha, fica a cama
objeto
para outro corpo sonhar...
OUÇAMOS
O SILÊNCIO
Vendedores
de vidas vivas disputam,
o
valor mais alto e o ibope sobem,
ganham
fama com a fome dos desprezados,
gananciosos
humanos choram hipocritamente,
iscas
que usam e infelizes entram na rede,
masoquistas
criticam as mazelas divulgadas,
mas
são fiéis seguidores, viciados felizes.
Milhões
de léguas se conectam num segundo,
na velocidade
da luz, contaminam o mundo;
desumanos
em fila pulam no poço rindo,
seres
em pele e osso, obesos, mutilados, paraplégicos,
alvo
bom para os caçadores poderosos,
que
jogam poeira nos nossos otários olhos,
olhos
que agradecem migalhas de gotas de pão.
Vampiros
disfarçados de humanos mergulham sedentos,
no
mar de sangue saboreiam matando seus desejos,
levam
pra casa seus corpos novos e dormem tranqüilos,
solidariedade,
palavra que não existe no cotidiano,
donos
de treinados fiscais exigem de seus semelhantes,
uma
vida que eles, envergonhados, não vivem;
verdadeiro
amor, amizade, paz ainda existe.
Está
no eu e no você,
o não
acreditar temos que banir,
a fé
voa ao vento, busca uma porta;
porta
que temos que deixar aberta,
a
mentira teme a clara verdade,
reciclar
o eu e o nós agora,
a
vida está nos convidando, vem vamos ouvir.
LUCIDEZ
Minhas
vontades e esse meu desejo,
quando
te vejo chego até lamber os lábios,
vou
morrer aguado se eu não tiver você,
vem
com seu corpo e sentimentos, estou aqui.
Olha
com minha língua poliglota,
ouça
com meus olhos biônicos,
vamos
juntos descobrir nosso sabor,
convido
você para o verdadeiro amor.
Nossos
corpos mergulham na felicidade,
humanos
carentes invejosos nos criticam,
nas
mesquitas hipotecam seus pecados,
sonham
em ir pro céu, a cama em brasa aguarda.
Guardiões
fiscalizam os mínimos gestos,
abençoam
e apedrejam o nosso puro amor,
rosas
brancas choram lágrimas de sangue,
poluído
pudor apodrece os neurônios sem dor.
Vem
vamos viver o agora,
viver
sem contar segundos e horas,
o
amanhecer, o anoitecer e o tempo,
esse
é o meu e o nosso momento.
Momentos
alienados pra muitos,
para
nós é lucidez viva,
viva
vida de um cantar em dueto,
som
que revigora nosso bem querer.
GRITO
INDEPENDENTE
Olha
a boca do mundo seu moço,
triturando
pensamentos que
guardei
só para você.
Pensamentos
lúcidos, não nocivos
parte
ou quase tudo daquele livro
que
você por falta de tempo
ainda
não deu para ler.
Olhe
o olho d'água avermelhado,
chorando
lágrimas de desgosto,
vendo
os dentes dos tubarões a sorrir.
Lágrimas
não efêmeras, mutiladas,
calam-se
na cara mil vezes massacrada,
pelo
pé de vento indomável que
passou
pintando o sete ali e aqui.
Ouça
o grito proibido: independência humanos,
galopando
no meio do paraíso, no dorso
do
seu sorriso alazão.
Paraíso
inibido, não nutrido
vive
tropeçando, andando desfalecido, pede aos berros a sua medalha esperança:
eu
quero, eu quero mamar.
Arme
um pobre palco em sua mente,
convide
a consciência humildemente
que
ela cantará, é só você permitir.
Consciência
livre, dançarina brilha
mais
que purpurina, cantando diante
dos
seus ouvidos, mas você
não
quer saber de ouvir.
MÃE
NOSSA, SENHORA APARECIDA
Eu
nasci e moro aqui no pé da serra,
choro
ao ligar meu radinho de pilha,
queria
ouvir uma música caipira bonita,
mas
só escuto humanos divulgando guerras.
Terremotos,
maremotos, ataques terroristas,
milhões
de vidas, bebida preferida do poder;
carentes
romeiros humildemente vão ao seu santuário.
Imploro
clemência ó nossa mãe Aparecida,
Nossa
Senhora de Aparecida piedade eu peço,
de
mim e desta humanidade que despreza seu amor,
Mãe
nossa dos nossos dias, interceda a Deus por nós.
Sou
um simples sertanejo, vivo e respeito a tradição
dos
meus avós e pais que rezavam em família,
todos
os dias, em agradecimento eu rezo o terço,
tudo
o que peço é saúde, amor e seu perdão.
Peço
que me perdoe por pedir tanto,
mas
derrame a paz sobre todos nós,
cubra-nos
com seu manto de bondade
eu e
a humanidade, Mãe Aparecida;
sem
seu afeto e carinho não somos nada.
NOSSA
PRINCESA
Par
de olhos inocentes, mudo observa as lágrimas tristes dos amores seus;
carente
princesa implora o colo e uma cantoria espontânea de ninar.
Princesa
bela brinca vendo o vazio,
voam
borboletas batendo na cerca do curral,
jacarés
nadam na invisível lagoa,
alunos
nem aprendem quem foi e o feito de Cabral.
Curió
furioso faz a festa no pomar
canta
e conta com a amizade dos pardais.
Canibal
se farta com a ingênua moça que de pirraça
abandonou
o sentimento normal.
Hoje
é hoje e como vai ser o amanhã?
Novo
dia chegou e os tradicionais parabéns chegam sinfonicamente
em
vozes não alinhadas, diapasão emperrado já não serve pra nada.
Disparada
corrida das estrelas cadentes num céu azul e o sol rei dita o verão,
machão
idiotamente se acha o tal, tá uma merda e cobre rindo mãe e filha.
Meu
amor, amor nosso no nosso dia a dia, você é o anjo que nos domina e
guia
pra um querer bem e um amor do bem.
Bem
nós queremos com você viver e amar.
ZEN CÉU AZUL
Meus
olhos andam pelas ruas, abobadamente admiro o normal;
tropecei
quando pisei nos pés do antiquado
gritei
de dor ao ver minha imagem no espelho.
Minha
real foto maximizou no enorme quadro em forma de triângulo ou de pentágonos.
Desejos
embaçados no êxtase sonhos quilométricos
gaguejei
na minha imatura virgem visão.
Sedento,
bebi a tempestade na jarra plástica,
cáustico
é o sabor do conteúdo da minha marmita.
Bonita
moça chora na solidão do seu quarto,
parto
imprevisto chegou e o neném gargalha, o reprodutor finge
uma
calejada surdez.
O
fundo do poço agora é o mais importante, par de olhos aprende o valor da
subida, duída queda e o recomeçar é preciso, clarão convida pra nova vida, para
um novo ver.
Crer
hoje no querer ser um humano de verdade,
pesadelos
de um parafuso coberto de maldade, enroscar a emperrada polca desfalecida ovelha
grita socorro e o pastor acredita vendo o faminto lobo
devorar
a presa indefesa.
esperteza
de um letrado pregador promete em lágrimas de jacaré açu,
uma
segura morada no céu, zen, azul.
ANDANÇAS
Pensamentos
correu serras
nas
asas do meu sertão.
Pensamento
é o eu menino
menino
vivendo Amor.
Se
escondeu na distância
dona
do meu coração.
Cantei
léguas contei tanto
notas
vividas no som.
Chegou
em mim o brilho
de um
riso quase certeza.
Chegou
feito brisa suave
unindo
o lindo dissonante tom.
Me
despertou com palavras
dona
do sim e do não.
Musa
de cor e de vida
No
meu ser fascinação.
Chegou
no olhar
Mudou
meu olhar
Flor
que me deu vida.
Marcas
dos momentos ficaram
Pensamentos
alados voaram
No
cio da vida.
SABIÁ
Sabiá,
pé de abacate não deu
abacateiro
morreu
foi
pura falta de amor.
Sabiá,
o bem-te-vi não gostou
do
seu amor sabiá
do
seu cantar sabiá.
Sabiá,
lá na curva da estrada
bem
perto da encruzilhada
tem
desamor sabiá.
Sabiá,
laranja doce azedou
a
podridão tomou conta
do
seu pomar sabiá.
Sabiá,
pé de abacate não deu
abacateiro
morreu
foi
culpa do plantador.
Sabiá,
esse pomar não é seu
esse
pomar não é nosso
esse
pomar tá um troço.
Acorda...
Sabiá,
sabiá, sabiá